quinta-feira, 28 de abril de 2011

SEDA IMPETUOSA






SEDA IMPETUOSA


Emoção
Descontrolada
Rouca iniciação

Aos anseios de princesa
Voa leve em ponte de brilho
Sobre pilastras de som

É por onde as horas passam
Ogivas de um dom
Espreguiçar do amanhecer

Que entre as flores que se olham
Há domínio inexprimível
Do silêncio de nós dois

Miguel


sexta-feira, 22 de abril de 2011

PINTURA EM POESIA



















Em nuances que se fazem ao longe
O caminho por detrás da pele
Que dedos inventaram
Por calmas águas
Ou rude som dos ventos
Que o prenúncio do orgasmo nasce
Vem em meio de enorme tempestade
Verso algum que em meu desejo afina-se
Fica de soslaio botando banca todo prosa
A que a profundeza nem atinge à plena luz
É fragmento de expressão entre uma chuva fina
Que se enxerga na incidência da mente que é urgente
Quando a surpresa mais desbrava o prisma por que se vê
Quando a cobiça faz corar, sorrir de medo, enquanto passa
E a cabeça roda, crente da certeza apaixonada
Que preencha os vazios do dia como nada!

Miguel Eduardo Gonçalves














Img - Max Ernst

quinta-feira, 21 de abril de 2011

IMPERCEPTÍVEL






















IMPERCEPTÍVEL

A contemplação
Quase tocando
A polpa, a nata
Tendência inata minha
Quase tara embala
Para tesa em nada
Simular-me só
Tal brisa de agrado
Que atinge dessa forma
Como um rude oceano
Em que me afogo
Porque ingresso dono
Me espremo todo
Viro um fino traço
E nasço um quadro

Miguel-

quarta-feira, 20 de abril de 2011

RITMO...























RITMO...

Dos traços
A mente lapidando
Feito proposital
Descuido
Cabeça, tronco
Pernas e braços
Com engenho e arte
Em seu trejeito
Languidez suave


Miguel-

terça-feira, 19 de abril de 2011

HAIKAI

Amor girassol-
Invade a manhã de ardor
Quente especiaria

Miguel-

segunda-feira, 18 de abril de 2011

OK... OK...






















OK... OK...

Que se insinue, pois
Mais é tempestade, porém
No quê da perturbação!

É crença violada
No enunciado
Emudecido.

Dona de inibição etérea
Soberana pele simplista
Pensa a índole.

Eis o discernimento
Da linguagem
Que derrama a boca
-cheia de não me toques-

Miguel-

terça-feira, 5 de abril de 2011

Só tu mesmo!

Cálculo
De sofisticação própria
Alta pressão

Miguel-

sábado, 2 de abril de 2011

BELEZA QUE REDIME






















BELEZA QUE REDIME

Obra-prima
Pinta e borda
Como der

Beija, mima
Com seu toque
Mamilo
Enquanto
Por dentro
Derreto
Breves calores
Decerto
Amores

Mas tu sabes
Do meu dia
Do meu sexo
Da minh’alma
Acarinhada
Que é fera
Ideia novelesca
Mas calma
E sugestiva

Miguel-

sexta-feira, 1 de abril de 2011

CAMINHOS



















CAMINHOS

Entre cais de sombras
Vasto silêncio a noite
Quebra
Ilumina-se rumor
Breve inquietação
E longamente
Evocando a Lua
As folhas tremem
Misteriosas
Como Ela

Miguel



IMAGEM - Gustav Klimt (detalhe de Water Serpents)